Oscar 2023: Cineasta Fernanda Schein comenta as principais indicações e revela suas apostas

Oscar 2023: Cineasta Fernanda Schein comenta as principais indicações e revela suas apostas

A premiação mais cobiçada do cinema foi anunciada e será no dia 12 de março. Entre os principais indicados ao Oscar 2023, o recorde é de “Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo”, concorrendo a 11 categorias. Profissional e apaixonada pela sétima arte, a cineasta Fernanda Schein, parte do time de editores de grandes produções da Netflix como “Neymar: O Caos Perfeito” e responsável por curtas envolventes e premiados como “I See You”, cometa as indicações, a ausência do Brasil entre os indicados e revela suas apostas.

“Amei essa temporada do Oscar, os filmes são maravilhosos! Meu preferido é o queridinho ‘Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo’. A onda de indicações foi absolutamente merecida. É um filme divertido, um formato de narrativa moderno, uma história cheia de reviravoltas, mas no fundo, simples: sobre família e sobre a relação conturbada de uma mãe com sua filha”.

O favorito

Não é segredo que o favorito de Fernanda (e da maioria, pelo número de indicações) é “Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo”. “É a nova geração das narrativas ganhando espaço e o box office foi absurdo para o tamanho da produção”, comenta. Além da categoria de Melhor Filme, essa também é a aposta da cineasta para Melhor Roteiro. 

Mas nem só do mais indicado vivem os favoritos. Para Schein, “Top Gun: Maverick” também é um forte candidato: “É um espetáculo cinematográfico. O final traz aquela sensação de círculo completo. Você assiste coisas que nunca poderiam acontecer, mas o filme te convence de todas elas porque ele nunca para de te entreter. É um show puro.”

Fernanda também destaca “Os Fabelmans”, de Steven Spielberg. “Vai conversar muito com quem ama cinema como arte, pois desconstrói dentro do próprio filme as ferramentas do cinema, pelos olhos de um dos maiores cineastas do mundo”.

Melhor diretor

Clássicos se tornam clássicos por um bom motivo. E para Fernanda, o melhor diretor não poderia ser diferente. “Precisa ir para o Spielberg. Ele não precisa de mais nenhum prêmio, mas esse filme (Os Fabelmans) foi o mais autobiográfico dele. Ele é um gênio e merece muito esse prêmio por esse filme especificamente.”

Melhor ator/atriz

“A Baleia” também foi um forte indicado e para a cineasta, o melhor ator da temporada foi Brendan Fraser pelo papel no longa. Já entre as mulheres, Fernanda está em dúvida da campeã, mas tem sua favorita: “Deve ficar entre as maravilhosas Cate Blanchett por “Tar” e Michelle Yeoh por “Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo” – eu torço pela Michelle.” 

Melhor montagem (pela melhor!)

Editora e montadora de grandes projetos, Fernanda declara esta como sua categoria favorita, e fala com propriedade. “Daria tanto para ‘Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo’, quanto para ‘Top Gun: Maverick'”. Mas para ela, o jogo está ganho pelo longa protagonizado por Tom Cruise. 

“Como eu disse, ‘Top Gun’ foi um show cinematográfico que provou que todas as estruturas clássicas da narrativa ainda funcionam, se aplicadas com excelência. Isso se aplica à montagem do filme: precisa, cirúrgica, absolutamente perfeita”, afirma.

Categorias diversas

O Oscar analisa e valoriza cada detalhe do cinema. Para Schein, o Melhor Roteiro Adaptado vai para “Entre Mulheres” – “tem diálogos absolutamente incriveis”, afirma. Já sua aposta para a Melhor Animação não é exatamente sua favorita, “deve ir para Guillermo Del Toro por ‘Pinocchio’, mas meu preferido foi ‘Macel The Shell With No Shoes On”‘. A Melhor Fotografia, segundo ela, vai para ‘A Oeste Nada de Novo’, da Netflix: “As imagens são surreais”.

Brasil para o futuro

Desde 1999, quando ‘Central do Brasil’ recebeu duas indicações ao Oscar, o cinema brasileiro não aparece entre os concorrentes da estatueta dourada. Já na categoria de Documentários, tornou a aparecer em 2020, com ‘Democracia em Vertigem’. 

Para Fernanda, o país chega a 2023 com mais força, através de ‘Marte Um’. O filme esteve entre as possíveis indicações, o que é uma boa posição. A cineasta repete as palavras ditas pelo diretor do longa, Gabriel Martins: “Mesmo sem indicação, chega-se à linha final com a sensação de dever cumprido, de representar o cinema do nosso país e levar o filme para lugares que não o conheciam”.

Sobre a perspectiva de ver o país como um futuro vencedor, ela afirma: “O Brasil tem muito talento, mas a forma que a gente faz cinema ainda tem muitos ‘senões’. Eu vejo muita oportunidade para um futuro próximo. A próxima indicação do Brasil vem em breve”.

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