A saúde mental no trabalho é um tema crucial que muitas vezes não recebe a devida atenção. No entanto, é fundamental para o bem-estar dos colaboradores e para a produtividade das empresas. Em setembro, com a campanha do Setembro Amarelo, que visa conscientizar e alertar sobre o suicídio e a saúde mental, é uma excelente oportunidade para aprofundarmos essa discussão.
Criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros, valorizados e capazes de lidar com o estresse diário é essencial. Aproveitar o mês para promover ações de apoio e conscientização pode fazer toda a diferença na vida dos colaboradores e na cultura da empresa.
“A saúde mental dos trabalhadores brasileiros é alarmante, especialmente no período pós-COVID-19. Dados recentes mostram que o Brasil ocupa uma posição preocupante nos rankings globais de transtornos mentais, o que impacta diretamente a produtividade e a qualidade de vida dos colaboradores”, enfatiza Chirles de Oliveira, mentora e palestrante no segmento de Recursos Humanos e CEO da Virada da Felicidade.
De acordo com a pesquisa “Saúde Mental e Trabalho no Brasil” realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nos últimos três anos, 47% dos trabalhadores brasileiros relataram uma piora na saúde mental durante a pandemia. Além disso, um estudo da International Stress Management Association (ISMA-BR) de 2021 revelou que 80% dos brasileiros no mercado de trabalho sofrem de algum nível de estresse, sendo que 40% apresentam sintomas de burnout.
Consequências para as Empresas Em resposta à crise de saúde mental, o governo federal brasileiro implementou a Lei 14.831, de 2024, criando o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Esta certificação é concedida a empresas que adotam critérios de promoção da saúde mental e bem-estar dos colaboradores. Para obter a certificação, as empresas devem implementar programas de saúde mental, oferecer acesso a apoio psicológico e psiquiátrico, realizar campanhas de conscientização, capacitar lideranças, combater discriminação e assédio, promover um ambiente de trabalho seguro e saudável, incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e garantir transparência nas ações realizadas.
A norma, originada do PL 4.358/2023, foi aprovada pelo Senado em 28 de fevereiro e publicada no Diário Oficial da União em 28 de março de 2024. Lista de Chirles pode auxiliar equipe na saúde corporativa.
Confira:
1. Acolhimento e benefícios: · A implementação de programas de bem-estar, como sessões de mindfulness, atividades físicas e workshops sobre saúde mental.
2. Flexibilidade e Autonomia: · Oferecer flexibilidade no horário de trabalho e a possibilidade de home office pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. Estudos mostram que a flexibilidade no trabalho está diretamente relacionada ao aumento da satisfação e produtividade.
3. Apoio Psicológico: · Disponibilizar serviços de apoio psicológico, como terapias e aconselhamento, é crucial. Empresas podem oferecer esses serviços internamente ou por meio de parcerias com clínicas especializadas.
4. Treinamento de Lideranças: · Líderes e gestores devem ser treinados para reconhecer os sinais de transtornos mentais e saber como agir. Uma liderança empática e bem-informada pode fazer a diferença na vida dos colaboradores.
5. Incentivo ao Autocuidado: · Promover a cultura do autocuidado é essencial. Incentivar os colaboradores a praticarem atividades que promovam o bem-estar, como hobbies, exercícios físicos e momentos de lazer, pode ajudar a prevenir transtornos mentais.
6. Comunicação Aberta: · Fomentar uma cultura de comunicação aberta, onde os colaboradores se sintam à vontade para falar sobre suas dificuldades e buscar ajuda, é fundamental. Isso pode ser feito por meio de canais de comunicação internos e grupos de apoio.
“A crise da saúde mental no Brasil é um alerta que não pode ser ignorado. Com ações concretas e um compromisso genuíno com o bem-estar, é possível reverter esse cenário e construir um futuro mais saudável e feliz para todos”, finaliza a mentora.