Com 4 prêmios de “Melhor Ator” e 11 indicações, Rodrigo Tardelli se consolidou como um dos porta-vozes da nova geração por sua atuação em séries que abordam a temática LGBTQIAP+. Em celebração ao Dia do Ator, o artista reflete sobre sua extensa trajetória, a importância da vulnerabilidade na arte e o impacto de dar vida a personagens que promovem discussões importantes.
Para Rodrigo, o Dia do Ator é mais do que uma data comemorativa, é um lembrete do propósito que o move. “É uma lembrança do porquê eu escolhi viver isso,” afirma. “Não é só sobre estar em cena, é sobre se entregar, contar histórias que mexem com as pessoas e, de alguma forma, deixar marcas”.
A paixão pela arte, segundo ele, foi algo que o chamou aos poucos. O ponto de virada aconteceu no palco. “Quando eu pisei no palco pela primeira vez, eu entendi,” conta. “Tinha algo ali que não era só encantamento, era necessidade. Como se eu precisasse daquilo para existir por inteiro.”
Personagens que marcam e a luta por representatividade
Desde o início da sua trajetória na atuação, o ator coleciona diferentes personagens com distintas histórias, como o Daniel em “A Melhor Amiga da Noiva”, Louis em “Até Você Me Esquecer”, Arthur em “O Outro Lado da Lua”, entre outros.
Entre os papéis que mais impactaram sua vida, o de Gael em “Estranho Jeito de Amar” – projeto mais recente – se destaca. O personagem, um homem tóxico e manipulador, exigiu uma entrega profunda e o fez confrontar suas próprias questões. “Interpretar Gael me fez encarar muita coisa. Não só como ator, mas como ser humano,” revela.
A série, que alcançou mais de 11 milhões de visualizações, é um marco na carreira do artista. Ele a descreve como “mais do que um projeto… era também minha história, minha vivência, minha urgência de falar sobre amor, dor e libertação”.
O ator lida com a exposição e a vulnerabilidade da profissão como um sinal de força. “Eu entendi que vulnerabilidade é força. Não dá pra ser ator com medo de se mostrar,” explica. “Eu me permito sentir, me colocar inteiro, mas também aprendi a me proteger quando necessário”.
Projetos e inspirações
Rodrigo Tardelli admira artistas que se entregam ao personagem sem vaidade. Nomes como Marieta Severo, Lázaro Ramos, Fernanda Montenegro e Mateus Solano são algumas de suas inspirações, mas ele também se inspira em uma nova geração que tem a coragem de criar suas próprias narrativas.
Seu maior sonho é continuar a contar histórias que ainda não foram contadas. “Quero viver personagens que desafiem estruturas, que provoquem reflexões e que representem corpos e afetos reais,” declara. O projeto dos sonhos? “Um longa LGBTQIAPN+ com força dramática e estética potente está no topo da lista.”
Para ele, os prêmios são um incentivo, mas o que realmente importa é o impacto de sua arte na vida das pessoas. “O que mais me emociona é quando alguém vem e diz: ‘me vi nesse personagem’, ‘essa cena me curou’, ‘obrigado por contar essa história’. Isso vale mais do que qualquer troféu,” conclui.